Se considerarmos o homem como uma entidade espiritual que foi perdendo a sua autoconsciência, conforme descia cada vez mais na matéria, também podemos imaginá-lo como uma sendo uma consciência que esteja do lado de fora do seu ponto central, e fragmentada em uma crise de identidade.

 

Normalmente, associamos essa condição com o mito de Osíris, que preso num ataúde, foi fragmentado em 14 pedaços. Para renascer, ele precisa ser reconstruído. Segundo o mito, Osíris foi reconstruído pela sua consorte Ísis.

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Ísis representa neste mito, a verdadeira viúva da maçonaria,  a mãe de Hórus - o filho de Viúva. 

 

Considerada a senhora da magia e símbolo alquímico, Ísis é quem consolida no trono de Osíris.

 

Ísis recolhe apenas Treze pedaços de Osíris, os quais são um a um reagrupados durante a restauração do corpo de Osíris, através do secreto Rito Sacrificial.

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O 14º membro de Osíris não foi recuperado e por isto não foi reagrupado. Apenas o iniciado pode recria-lo e incorpora-lo durante a Grande Obra!

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Diante a sabedoria esotérica deste mito, o leitor pode começar a imaginar a importância do caminho iniciático tanto Solar ou Osirídeo (masculino), quanto Lunar ou Isíaco (Feminino). São vias paralelas, jamais mistas, totalmente distintos.

 

Os dois caminhos fazem parte das nossas câmaras secretas, cada qual trabalhada isoladamente. São distintas, porém de igual valor, sendo eles "corpus" cheios de conhecimentos que indicam o reto caminho para a reintegração humana.

Mantendo-nos nestas referências simbólicas, podemos compreender que o homem atual não está completamente vivo, mas sonhando. Na verdade, quando Osíris deita horizontalmente dentro do ataúde, isto representa a queda de Adam Kadmon, que tem a sua virilidade espiritual criadora quase que completamente apagada. Porém, ele foi colocado num madeiro horizontal (reino material), pois ainda incapaz de ser crucificado no madeiro vertical (reino celeste ou espiritual). Para que isso ocorra, ele precisa passar pelas purificações espirituais necessários que somente os ritos sacrificiais poderão conceder. Somente após passar por tais Ritos, o homem conseguirá retornar a sua primitiva condição e obter novamente virilidade espiritual perdida.

 

Regenerar ao estado primordial do ser significa encontrar o seu próprio centro espiritual (via vertical), que é o que todos os maçons tentam alcançar, utilizando o malho e o cinzel, o compasso e o esquadro, a régua e o fio de prumo, ferramentas que devem ser aplicadas dentro das diferentes câmaras iniciáticas.

 

No início, estando na escuridão da consciência, torna-se difícil lutar contra a sua própria personalidade forjada por uma mentalidade egoísta, condicionada às paixões instintivas.

 

Portanto, o caminho da iniciação é a redescoberta de si, que somente ocorrerá pela retificação pessoal  durante a vida cotidiana. Quando o discípulo estiver realmente preparado, o conhecimento superior revelar-se-á espontaneamente. 

 

Tal preparação, que é absolutamente íntima e pessoal. O maçom deve ser capaz de transmutar a sua mentalidade errante numa mentalidade elevada e tradicional. Ao evitar possíveis quedas, o maçom experimenta uma progressão lenta e contínua em direção à Luz Maior.

 

 

PROGRESSÃO DOS GRAUS

 

Em nossa viagem através dos 90 graus de Misraїm, serão atingidos os ensinamentos de toda a escada tradicional da iniciação.

 

 - Primeiro temos a série simbólica, que consiste na primeira câmara dos sagrados trabalhos realizados em Loja ou Triângulos, Nesta primeira câmara operam os três primeiros graus: Aprendiz, Companheiro e Mestre .

 

- Posteriormente, superando as tarefas da primeira câmara simbólica, o iniciado caminhará por outros graus, que foram incorporados a quatro câmaras internas, nas quais serão transmitidos ensinamentos específicos para o desenvolvimento iniciático:

 

*Graus: 4º a 7º (Colégio dos Mestres – Sublimes Cavaleiros de Volta a Perfeição);

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*Graus: 8º a 11º (Capítulos dos Cavaleiros da Espada - Perfeito Maçom de Heredom);

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*Graus: 12° a 17° (Senado dos Cavaleiros do Sol – Sábios da Verdade - Filósofos Herméticos);

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*Graus: 18° a 30º (Comandantes do Conselho dos Astros - Patriarca da Verdade - Grande Instalador Teológico);

 

- Em seguida o iniciado adentra uma série de cinco câmaras herméticas representada pelo Arcana Arcanorum:

 

*Graus:  30º a 90º (Sublime Consistório Nacional dos Príncipes da Maçonaria - Sublime Mestres da Grande Obra);

 

*Agrupamentos: 31° 90° 91° (Patriarcas defensores da ordem e do Rito);

 

*Agrupamentos: 32° 90° 92° (Cavaleiros Filaletes - Mago Rosacruz);

 

*Agrupamentos: 32° 90° 94° (Patriarcas Príncipes de Memphis);

 

*Agrupamentos: 33° 90° 95° (Patriarcas Conservadores da Ordem e do Rito);

 

Existem dois graus que correspondem:

 

*Grau: 33° 90° 96° - geralmente é atribuído à função nacional do Grão-Mestre - Grande Comandante Nacional, (antes de assumir a função, deverá receber ritualisticamente os graus especiais de Patriarca Grande Conservador 96°)

 

*Grau: 33° 90° 97°- atribuído a função do Sereníssimo Grande Hierophante Geral - Soberano Grão-Mestre, que detém a soberania da Ordem e do Rito nos dois hemisférios,

 

(Antes de tomar esta atribuição, será necessário a transmissão ritualisticamente do Grau 97 ).

 

De acordo com nosso rito, a tentativa de interagir com os níveis superiores não pode ser desprovido de humildade, prudência, bem como "Fides" e "Virtus".

 

O objetivo do rito é apenas facilitar a regeneração e reintegração espiritual de cada irmão e irmã.